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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e fragmento de biografia: capitalnews.com.br

 

PETRÔNIO SOUZA GONÇALVES

( Minas Gerais – Brasil )

 

Escritor e jornalista, Petrônio é conselheiro da ABI – Associação Brasileira de Imprensa e mantém uma coluna semanal sobre política e cultura em mais de 40 jornais Brasil afora. Em 2005 ganhou o Prêmio Nacional de Literatura "Vivaldi Moreira", da Academia Mineira de Letras, como segundo colocado. Atualmente é editor da revista literária Imprensa na Praça e da revista Memória CULT, dedicada à história e à cultura mineira, ambas são distribuídas gratuitamente, além de ser o redator do programa televisivo dedicado à cultura brasileira Arrumação, apresentado por Saulo Laranjeira.

 

AI-5. Belo Horizonte, MG: Baroni Edições, 2016.  72 p.   14 x 21 cm.  Inclui poemas de Biláh Bernardes, Helenice Maria Reis Rocha, Irineu Baroni, Petrônio Souza Gonçalves, Rogério Salgado.   72 p.  
Ex. bibl. Antonio Miranda



 

Apesar de toda arrogância;
Apesar de toda ignorância;
De toda intransigência;
O sol irá se pôr;
E será belo.

Apesar da falta de esperança;
Do grito surdo da ambulância;
Da dor das mães sem importância;
O sol irá se pôr,
E será belo.

Lá,
Nos confins do mundo,
Apesar de toda arrogância,
De toda ignorância,
De toda intransigência,
Da falta de esperança;
Do grito surdo da ambulância,
E da dor das mães sem importância;
Alguém irá ver o sol se pôr;
E será belo.

Depois de morto
— Só depois de morto —
O pobre menino refugiado,
O colo,
O afago,
E a solidariedade da Humanidade. 

 

***

 

Viver é produzir lixo.  

Coexistir sem compromisso,
Sem sacrifício.
Com suas asas pequenas,
As abelhas voam pelos jardins do mundo
Produzindo o mel que alimenta a Terra.
Os beija-flores
Carregam duendes em suas costas
E de flor em flor
Polinizam a primavera.
No anonimato azul dos oceanos
Os microscópios plânctons
Produzem o oxigênio nosso de cada dia:
Sem cor, sem pátria, sem nome.
As árvores,
— Sem sair do lugar —
Com seus galhos estendidos ao céu,
Sedentos de luz,
Nos dão a sombra fresca ao final da tarde.
Nelas,
Os passarinhos se aninham para anunciar
A manhã revelada
E nem cobram um “bom dia”.
E nós?
Com nossos braços longos,
Pernas rígidas
E mentes privilegiadas,
Produzimos o quê?
Van Gogh,
Com sua generosidade celestial,
Deu eternidade aos párias
E foi martirizado como um louco.
Garcia Lorca,
Por seus versos de seda,
Teve o coração transpassado
Por uma fia baioneta de chumbo.
Gandhi,
Por ser tão grande,
Foi alvejado na noite escura sem fé
Quando ainda nem era sexta-feira da Paixão.
E você?
Com sua razão única,
Sua convicção unilateral,
Sua verdade visceral?
Enquanto isso,
Enquanto dormimos
No conforto soberbo de nossa casa,
Navega pelo espaço o cometa sem lar,
Que pode encontrar em seu caminho
Um planetazinho qualquer
E toda certeza destronar.
E tudo será saudade,
Quando nenhum de nós poderá enterrar
A nossa mais pueril verdade.

 

***

 

Na segurança do abrigo,
Na certeza do alimento,
Na suave calmaria das horas,
Os animais encontram a sua paz.

Na segurança do abrigo,
Na certeza do alimento,
Na suave calmaria das horas,
Os homens maquinas suas guerras.

 

***

A juventude não existe mais;

Aquela.
Os sonhos não existem mais;
Aqueles.
AS namorada não existe mais;
Aquela,
No entanto,
Entre o riso e o pranto,
A vida não se estacionou no que passou,
Não é o vento que pousou na janela,
A tempestade que ficou aprisionada
na sala de espera.
A vida não é um lugar;
É onde você está.
E segue sempre,
Invariavelmente,
Na busca da eterna primavera.

 

*

 

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Página publicada em novembro de 2021


 

 

 
 
 
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